segunda-feira, 31 de outubro de 2011

#DIA DA REFORMA


   Em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou 95 teses na Catedral de Wittenberg na Alemanha contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, como venda de indulgências (terrenos no céu, perdão de pecados de parentes que já morreram, tudo isto por uma quantia de dinheiro). Lutero tinha profunda angustia na busca por santidade e por um relacionamento com Deus. Travava lutas intensas contra as acusações do diabo. Quando Lutero descobriu o texto: “o justo viverá pela fé” isto mudou sua jornada cristã. A partir dali começou a pregar a graça de Deus, a salvação pela fé, a defesa das escrituras na mão do povo. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco solas – Sola Fide, Sola Gratia, Sola Scriptura, Solus Christus, Soli Deo Gloria. Em janeiro de 1521 foi realizada a Dieta de Worms, que teve um papel importante na Reforma, pois nela Lutero foi convocado para desmentir as suas teses, no entanto ele defendeu-as e pediu a reforma. Segue abaixo breve relato sobre a Dieta de Worms:
“O Imperador Carlos V inaugurou a Dieta real a 22 de janeiro de 1521. Lutero foi chamado a renunciar ou confirmar seus ditos e foi-lhe outorgado um salvo-conduto para garantir-lhe o seguro deslocamento. A 16 de abril, Lutero apresentou-se diante da Dieta. Johann Eck, assistente do Arcebispo de Trier, mostrou a Lutero uma mesa cheia de cópias de seus escritos. Perguntou-lhe, então, se os livros eram seus e se ele acreditava naquilo que as obras diziam. Lutero pediu um tempo para pensar em sua resposta, o que lhe foi concedido. Este, então, isolou-se em oração e depois consultou seus aliados e amigos, apresentando-se à Dieta no dia seguinte. Quando a Dieta veio a tratar do assunto, o conselheiro Eck pediu a Lutero que respondesse explicitamente à seguinte questão:


“Lutero, repeles seus livros e os erros que eles contêm?”

Lutero, então, respondeu:
“Que se me convençam mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão – porque não acredito nem no Papa nem nos concílios já que está provado amiúde que estão errados, contradizendo-se a si mesmos – pelos textos da Sagrada Escritura que citei, estou submetido a minha consciência e unido à palavra de Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque fazer algo contra a consciência não é seguro nem saudável.”

De acordo com a tradição, Lutero, então, proferiu as seguintes palavras:

“Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude!

Nos dias seguintes, seguiram-se muitas conferências privadas para determinar qual o destino de Lutero. Antes que a decisão fosse tomada, Lutero abandonou Worms. Durante seu regresso a Wittenberg, desapareceu. O Imperador redigiu o Édito de Worms a 25 de maio de 1521, declarando Martinho Lutero fugitivo e herege, e proscrevendo suas obras.

NOSSO DESAFIO HOJE É CONTINUAR REFORMANDO NOSSA FÉ. VOLTANDO À PRÁTICA DAS ESCRITURAS E VIVENDO UM CRISTIANISMO SINCERO E VERDADEIRO, E REDESCOBRIR AQUILO QUE LUTERO ENTENDEU A 494 ANOS ATRÁS:

SOMENTE PELA FÉ,

SOMENTE A GRAÇA,

SOMENTE AS ESCRITURAS,

SOMENTE CRISTO,

SOMENTE A DEUS GLÓRIA!!!!!!








HALLOWEEN - PARTE 02

É isso aê galera, 2º dia da nossa campanha contra essa praga dos dias de hoje, o #HALLOWEEN

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O ASSUNTO?

Desde o início Deus proibiu que seu povo se envolvesse com práticas de ocultismo, de consulta aos mortos. Ao dar Sua Lei, Deus disse claramente: “A feiticeira não deixarás viver!” Ex.22:18. Saul desobedece a Deus e consulta uma médium em En-Dor (1Sm.28). "Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles. Eu sou o SENHOR, vosso Deus" (Levítico 19.31).
A Palavra de Deus condena com veemência a adivinhação do futuro. "Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; Porque estas nações que hás de possuir ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR, teu Deus, não permitiu tal coisa" (Deuteronômio 18.10,11,14) .

Mesmo sabendo que Deus julga o pecado, que Ele dirige Sua ira contra os filhos da desobediência, os homens continuam no pecado, aumentando cada vez mais o cálice da ira de Deus contra si mesmos. Mesmo tendo conhecimento de Deus, não O glorificam, nem Lhe dão graças, preferindo seguir seus próprios raciocínios obscurecidos pelo diabo. 2Co.4:4; Rm.1:18-23. Foi exatamente isso que fez o rei Manassés: "Rei Manassés de Judá queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e prosseguiu em fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira" (2 Crônicas 33.6).
Em nenhum lugar na Bíblia vemos essas coisas como sendo aceitáveis diante de Deus. Muito pelo contrário! À luz desses versículos, ninguém pode argumentar logicamente que a Bíblia apóia tais práticas. Então, por que se envolver com práticas ocultista, que Deus proibiu e abomina, trazendo sobre si mesmo a ira de Deus? Ou Deus ou Halloween! A Luz não tem nenhuma comunhão com as trevas.
A partir do que aconteceu no jardim do Éden, o homem passou a gostar das coisas impuras. Existe em cada ser humano uma tendência para o mal, para o que é maligno ou diabólico. Na sua condição natural, não recriado, não regenerado, estando em abismo, procura outros abismos. Assemelha-se a esses exploradores de cavernas: quanto mais se infiltram por buracos negros, mais vontade têm de continuar descobrindo coisas novas, emocionantes e sensacionais. Para esses exploradores, não importa se a caverna ou os abismos possuem dragões, vampiros, aranhas gigantescas ou fantasmas. Como na corrida do Trem Fantasma, não importa se no caminho surjam caveiras, mortalhas, gorilas ou demônios; importa a emoção, o prazer, o delírio, o devaneio, a surpresa. A humanidade pecadora deleita-se com o imundo. Os apetites bestiais são mesmo insaciáveis. Vejam as festividades carnavalescas: três dias anuais não mais atendiam aos desejos da carne. Em razão dessa necessidade premente, criou-se em várias cidades, com o pronto consentimento dos governantes, o carnaval fora de época: "O inferno e a perdição nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem" (Provérbios 27.20). "Um abismo chama outro abismo" (Salmos 42.7).
Ora, se o povo clama por um bezerro de ouro, façamos a vontade do povo. Os abismos se sucedem. Dentro da caverna tenebrosa do mundo pecador há avenidas com vitrinas especialmente preparadas pelo Diabo para exposição de seus produtos. Há mercadoria para todos os gostos: para rico, pobre, preto, branco, analfabeto ou erudito. Em determinado local, uma vasta exposição dos produtos do movimento Nova Era, onde o curioso descobrirá que "o homem é Deus". Sendo Deus, ele seguirá até mais fortalecido para continuar descendo. Noutra ala, encontrará a vitrina da consulta aos mortos. O explorador poderá conversar com um parente que esteja no além, ou, se desejar emoções fortes, optará por oferecer seu corpo para ser visitado por um espírito qualquer, ou até experimentar uma breve levitação. Nesse stand, instalados sob pirâmides purificadoras, enfileiram-se os adivinhadores com seus apetrechos: búzios, baralho cigano, bola de cristal, tarô, mapa astral, tudo destinado a predizer o futuro e indicar novos caminhos. Numa determinada sala o explorador poderá praticar meditação transcendental; ficará com sua mente passiva por algumas horas, em estado alfa, recebendo as "boas" mensagens do além. Esta ala é mais visitada pelos eruditos. Para os menos exigentes, ou de percepção menos aguda, os terreiros oferecem feitiçarias de vários tipos. Caboclos, guias e orixás fazem a festa dos visitantes.

"A condenação é esta: A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz porque as suas obras eram más" (João 3.19). Só existe um nome, uma Pessoa, que pode libertar o homem contaminado por demônios: é o Senhor Jesus. Ele mesmo afirmou isso: "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (João 8.36). A Bíblia nos ensina que devemos pensar e fazer somente o que é verdadeiro, amável, justo e puro, e que "todo o nosso espírito, alma e corpo devem ser conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Salvador Jesus Cristo" (1 Tessalonicenses 5.23). Uma pessoa que se fantasia de bruxa, coloca máscaras com motivos demoníacos e passa horas a fio num ambiente de trevas, estaria conservando seu corpo alma e espírito irrepreensíveis? Não, pelo contrário, estaria invocando o poder das trevas; desejando maior aproximação com os demônios. A Palavra ainda adverte: "Não vos voltareis para médiuns, nem para os feiticeiros [bruxos], a fim de vos contaminardes com eles" (Levíticos 19.31). "Ninguém pode servir a dois senhores. Ou há de odiar a um e amar o outro, ou se devotará a um e desprezará o outro" (Mateus 6.24). Não podemos ser ao mesmo tempo servos das trevas e servos da luz. Ou somos filhos de Deus ou filhos do Diabo. Quem serve ao Diabo com alegorias, fantasias, licores, danças e outras coisas mais, não é servo do Altíssimo. Mas haveria uma saída para quem está contaminado? Jesus responde: "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28). "Eis que estou à porta, e bato; Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Apocalipse 3.20). Quem está enlaçado ao Diabo deve saber que o Senhor Jesus veio "para apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os oprimidos" (Lucas 4.18). Porque "em nenhum outro há salvação, pois também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4.12).

domingo, 30 de outubro de 2011

VERDADE SOBRE HALOWEEN - VAMOS ORAR - PARTE 01


A festa de Halloween celebrada nos dias de hoje baseia-se em grande parte nos usos e costumes dos druidas (sacerdotes celtas) em sua festa de 31 de outubro, considerada a data máxima por todos os feiticeiros.

Dia 31 de outubro se comemora em todo o mundo o Dia das Bruxas. É um festival que introduz a Estação das Trevas. O Halloween tem sido lembrado como um período "para se usar amuletos, lançar maldições e se fazer adivinhações. As crianças batem na porta e ameaçam: doce ou travessura? Esse costume de pedir balas e doces fantasiados de bruxas, vampiros, fantasmas, etc., que é comum nessa festa, está relacionado com os espíritos dos mortos na tradição pagã e até católica. Por exemplo, para os antigos druidas "os espíritos que se acreditava andarem de casa em casa eram recepcionados com uma mesa farta para um banquete. No final da refeição, os habitantes da cidade fantasiados e com máscaras representando as almas dos mortos saiam em procissão até os limites da cidade para guiar os fantasmas para fora". Há muitas práticas diabólicas como esta: “No Halloween se cria (e ainda á assim em certos lugares) que seguir um ritual em particular pode fazer com que a imagem do seu futuro cônjuge apareça atrás de você: "Muitas crenças surgiram sobre como invocar a imagem do futuro esposo ou esposa de alguém. As garotas criam que caso alguém ficasse diante do espelho, comendo uma maçã, à meia-noite, a imagem de seu futuro esposo apareceria de repente diante dela. Se nenhuma imagem aparecesse, isso significava que a garota ficaria solteirona".
Todas as instituições de ensino, tanto particulares quanto públicas, e também as escolas de línguas se empenham para realizar essa festa pagã. A televisão, o cinema e a literatura são os principais patrocinadores com filmes, desenhos, propaganda, novelas e livros sobre bruxaria, espiritismo, magia negra e tudo que se relaciona com as trevas. Muitas crianças e adolescentes já leram ou assistiram o famoso Harry Potter! As crianças são levadas a participarem na escola com trabalhos, pesquisas, murais, produção de vestimentas e decoração de ambientes para realizar o festejo no dia 31 de outubro. E desde o maternal já vêem livros sobre bruxinhas! Os professores são convocados como orientadores e não podem recusar o convite, muitas vezes sob risco de demissão.
O mais lamentável de tudo isso é que muitos professores crentes estão se envolvendo nesses trabalhos, dando opiniões, confeccionando lembrancinhas, cartazes, faixas, passando trabalhos escolares. Os alunos crentes, por sua vez, estão aceitando fazer trabalhos escolares sobre o Halloween, participando também na organização e se fazendo presente no dia da festa. Não aceitem participar – sejamos como Sadraque, Mesaque e Abede-Nego que disseram com firmeza: “- Fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses!” Dn.3:18
Os pais na maioria das vezes não tomam conhecimento ou - pior ainda - quando sabem da festa não fazem nada, deixando o filho participar, pensando que se trata de uma festa inocente, não vêem mal nenhum, até acham bonitinho ver o filho fantasiado de vampirinho e a filha fantasiada de bruxinha, e até de diabinho!!! Aí começa o envolvimento das crianças, a iniciação com o paganismo, que vai levá-las a uma viagem perigosa nas obras infrutíferas das trevas. “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas, antes, porém, reprovai-as.” Ef.5:11. Pais, não sejam cúmplices com as obras das trevas! Não permita que seu filho participe dessa festa que celebra o início da estação das trevas! Halloween é culto ao príncipe da potestade do ar, o diabo. Ef.2:2b

sábado, 29 de outubro de 2011

SUA ORAÇÃO É DO TAMANHO DE DEUS


Os profetas do passado, homens totalmente guiados por Deus, tinham plena consciência da grandeza de sua missão, e de como ela era impopular. E muitos deles, sentindo-lhe o peso, procuraram fugir a ela, alegando limitações pessoais. Moisés, por exemplo, tentou evitar aquele compromisso de que dependeria o futuro de toda a nação, argumentando que era gago. Mas Deus resolveu o problema providenciando-lhe um porta-voz, na pessoa de Arão. Jeremias, também, tentou furtar-se à tarefa justificando que era ainda muito criança. Mas, como já acontecera a Moisés, a objeção humana não prevaleceu. É que Deus não chamava esses homens para irem às academias de sabedoria humana apurar a personalidade nem aumentar seus conhecimentos. Mas parece que ele como que agarra esses servos e os encerra num compartimento consigo. Se for verdade o que afirma o poeta Oliver Wendell Holmes, que sempre que alguém tem uma idéia nova sua mente se amplia e depois nunca mais volta às dimensões anteriores, então o que se dirá do coração que já escutou o sussurro da Voz eterna? “As palavras que eu (o Senhor) vos tenho dito, são espírito e são vida” (Jo 6.63). Nossas pregações hoje se acham bastante debilitadas pelas citações que tomamos emprestadas daqueles que já morreram, em vez de recorrermos ao Senhor. Um livro é bom quando nos serve de guia; mas torna-se pernicioso quando nos acorrenta.
Assim como os cientistas modernos chegaram a uma nova dimensão de poder quando dominaram a energia atômica, assim também a igreja precisa redescobrir o ilimitado poder do Espírito Santo. De fato, é preciso que aconteça alguma coisa que venha atacar a iniqüidade desta era pecaminosa e destruir a complacência dos crentes adormecidos. Precisamos de pregações vivas, de vidas vitoriosas, e só obteremos isso com persistência em oração. E alguém dirá: “Se quisermos uma vida santa, precisamos orar!”
Mas a recíproca também é verdadeira. Temos que viver uma vida santa se quisermos orar. Ê o que diz Davi: “Quem subirá ao monte do Senhor?... O que é limpo de mãos e puro de coração” (Sl 24.3,4).
O segredo da oração é a oração no lugar secreto. É bom ler livros sobre oração, mas isto só não basta. Assim como um livro de culinária é altamente útil, mas torna-se inútil se não tivermos os ingredientes para preparar os alimentos, assim também acontece com a oração. Alguém pode ler toda uma biblioteca sobre oração e não adquirir nem uma gota de poder. Temos que aprender a orar, mas para aprender é preciso orar. Se uma pessoa estiver sentada numa cadeira lendo o melhor livro que existe sobre saúde, mas permanecer ali sentada, pode morrer. Assim também é possível um crente ler tudo sobre oração, maravilhar-se com a perseverança de Moisés ou com o lamento de Jeremias, e mesmo assim não aprender nem o abecê da intercessão. Assim como a bala que fica na arma não chega ao seu alvo, assim também a oração que fica contida no coração sem ser elevada a Deus não obtém as bênçãos.
Quem sabe calcular a dimensão do poder de Deus? O homem é capaz de calcular o peso do mundo; sabe dizer o tamanho da Cidade celestial; contar quantas estrelas há no céu, medir a velocidade da luz, sabe informar a hora exata do nascer e do pôr-do-sol — mas não sabe avaliar o poder da oração. A oração tem o tamanho de Deus, pois é ele quem nos dá a garantia dela. Ela tem as dimensões do poder de Deus, pois ele garante que a atenderá. Que Deus se compadeça de nós por termos tantos tropeços ao praticar essa atividade que é a mais nobre que nossa língua e espírito podem exercitar. Se Deus não nos iluminar quando nos encontrarmos no aposento da oração, caminharemos em trevas. O momento de maior constrangimento para o crente no dia do juízo será aquele em que tiver de encarar o fato de que orou pouco.
Eis algumas palavras do admirável São Crisóstomo: “O poder da oração extinguiu a violência do fogo, fechou bocas de leões, silenciou revoltosos, pôs fim a guerras, acalmou os elementos, expulsou demônios, rompeu as cadeias da morte, escancarou os portões do céu, minorou enfermidades, repeliu mentiras, salvou cidades da destruição, deteve o curso do sol e o avanço do relâmpago. A oração é uma poderosa armadura, um tesouro que nunca acaba, uma mina que nunca se esgota, um céu que nunca fica toldado de nuvens, e nunca é turbado por tempestades. Ela é a raiz, a fonte, a mãe de mil bênçãos”. Será que essas palavras de Crisóstomo são simples retórica visando fazer com que algo comum pareça extraordinário? A Bíblia desconhece tais artifícios.
Elias era um grande conhecedor da arte da oração, tanto que conseguiu alterar o curso normal da natureza e estrangulou a economia de uma nação. Pela oração ele fez descer fogo do céu, levou homens a se prostrarem e fez descer chuva do céu. Precisamos de chuva, de muita chuva. As igrejas se encontram tão ressequidas que a semente não consegue germinar. Os altares estão secos; não há pecadores arrependidos chorando neles. Ah, quem nos dera um Elias! Numa ocasião em que o povo de Israel clamou pedindo água, um homem “feriu” a rocha e aquela fortaleza de granito se tornou um ventre do qual brotou uma nascente de água. “Existe alguma coisa que seja difícil demais para Deus?” Ele pode enviar-nos um homem para “ferir” a rocha.
Mas precisamos saber que a finalidade da oração em secreto não é meramente estender para Deus uma lista de pedidos. É verdade que “a oração muda as coisas?” É; mas antes de tudo ela muda as pessoas. No caso de Ana, por exemplo, a oração não apenas removeu seu opróbrio, mas modificou-a também: ela era estéril e se tornou fértil; estava chorando e passou a regozijar-se (1Sm 1.10;2.1). A oração converteu seu “pranto em folguedos” (Sl 30.11). Pode ser que estejamos pedindo “folguedos”, quando ainda não pranteamos. Preferimos a “veste de louvor em vez de espírito angustiado”. Mas o que esse texto diz é: “Pôr sobre os que em Sião estão de luto... veste de louvor em vez de espírito angustiado” (Is 61.3). E se o que desejamos é uma colheita abundante, o princípio a ser aplicado é o mesmo, pois “quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes” (Sl 126.6).

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O LIXO DO MUNDO


O que vem a ser “o lixo do mundo?” (1Co 4.13). Seria o ventre do mal, onde nasce o crime organizado? Seria o gênio do mal que mobiliza as insurreições internacionais? Ou seria a Babilônia? Ou, quem sabe, Roma? Seria o pecado? Ou será que descobriram em algum lugar toda uma tribo de maus espíritos e deram a ela esse nome? Ou talvez seja uma moléstia sexualmente transmissível?
Se levantarmos mil suposições sobre essa questão obteremos mil respostas, e nenhuma delas estará correta. A resposta certa é exatamente o oposto do que se poderia esperar. Essa expressão “lixo do mundo” não designa homens nem demônios. E não é nada de conotação maligna; é benigna. Não; não é nem benigna: é o melhor que pode haver. Também não é nada material; é espiritual. Não tem nada a ver com Satanás, mas com Deus. E não apenas é da igreja, mas um membro dela. E não apenas um membro, mas o mais santo dela, a mais preciosa de todas as jóias. Paulo diz: “Nós, os apóstolos, somos considerados lixo do mundo”. E logo em seguida ele acrescenta a essa injúria um insulto, e intensifica a infâmia, aumentando ainda mais a humilhação, pois afirma: “(somos) escória de todos” (1Co 4.13).
Quando um homem chega a dizer que é o lixo do mundo é porque não tem mais ambições pessoais; não possui mais nada que alguém possa invejar. Não tem mais reputação — nada mais a zelar. Não possui bens — e, portanto, mais nada com que se preocupar. Não tem mais direitos — e, portanto, não está mais sujeito a sofrer injustiças. Que bendita condição! Ele já está morto — então, ninguém pode matá-lo. E se os apóstolos tinham tal estado de espírito, tal mentalidade, não foi à toa que eles “transtornaram o mundo”. O crente que ainda abriga ambições pessoais deve pensar um pouco nessa atitude dos apóstolos para com o mundo. E o evangelista popular, que ainda não sofreu perseguições e vive segundo os moldes hollywoodianos, devia pensar um pouco sobre o modo de ser daqueles homens.
Então, quem infligiu a Paulo sofrimento maior que o que passou quando recebeu as cento e noventa e cinco chicotadas, sofreu os três apedrejamentos e os três naufrágios? A rixosa, carnal e crítica igreja de Corinto. Ela estava dividida pela carnalidade e por dinheiro. Alguns deles tinham alcançado a fama e haviam-se tornado importantes comerciantes da cidade. Então Paulo lhes diz: “Chegastes a reinar sem nós”. Observemos o contraste gritante entre o verso 8 e o 10, de 1 Coríntios 4: “Já estais (vós) fartos, já estais (vós) ricos: chegastes (vós) a reinar sem nós”. “Nós somos loucos; nós (somos) fracos; nós, desprezíveis; sofremos fome, e sede, e nudez”. Mas há uma compensação no verso 9: “(Nós) nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos como a homens”.
Depois de tudo isso, não era mesmo difícil para Paulo afirmar que ele era “o menor de todos os santos”. E ele levanta essas verdades para confrontar aqueles cuja fé tinha perdido seu foco central. Aqueles coríntios estavam fartos, mas não eram livres. (Se um homem escapa da prisão, mas ainda tem as pernas presas em correntes, não está livre.) Mas o apóstolo não está aborrecido pelo fato de eles desfrutarem de abundância e ele não ter nada. Ele lamenta que a riqueza tenha resultado em fraqueza de alma. Eles vivem em conforto, mas não têm a cruz. São ricos, mas não conhecem o vitupério de Cristo. Não chega a afirmar que eles não pertencem a Cristo, mas que estão buscando um caminho mais suave para chegar ao céu. E então diz: “Sim, oxalá reinásseis para que nós também viéssemos a reinar convosco”. Se eles estivessem reinando de fato, então Jesus já teria voltado; eles estariam vivendo o milênio, e, como diz Paulo: “Nós estaríamos reinando com vocês”.
Mas quem aceita ser desonrado, desprezado e desvalorizado assim? Essa verdade é revolucionária, e põe em cheque nossa doutrina cristã falsificada. Teremos nós prazer em ser considerados loucos? Será que suportaremos ver nosso nome jogado por aí, difamado? O verdadeiro cristianismo é mais revolucionário do que o comunismo, embora, naturalmente, não provoque derramamento de sangue. As máquinas do socialismo tentaram terraplanar os “montes” das riquezas, para aterrar os “vales” da pobreza. Pensaram que, dando educação a todos, iriam “retificar o que é tortuoso”, acharam que com um ato do congresso com um mero aceno da varinha de condão da política, iriam introduzir o milênio tão esperado. Mas na Rússia isso implicou apenas na mudança da chefia; o pessoal das camadas inferiores continuam na camada inferior. Hoje em dia há milhões de pessoas que enriquecem pelo empobrecimento de outros. E Paulo afirma que ele era pobre, mas estava “enriquecendo a muitos”. Graças a Deus que o dinheiro de Simão, o Mago, continua não obtendo nada do Espírito Santo. Se nós ainda não aprendemos a avaliar corretamente as “riquezas de origem iníqua”, como Deus poderá confiar-nos a “verdadeira riqueza?”

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

GERANDO FILHOS ESPIRITUAIS


É imprescindível que tenhamos um avivamento, pois as portas do inferno estão escancaradas para esta geração depravada. Precisamos de um avivamento (e dizemos que o queremos). Entretanto, apesar de os crentes superficiais de hoje quererem que os céus se abram e Deus derrame um despertamento sobre nós de forma mecânica, a verdade é que ele não mecanizou seu glorioso poder, para ajustá-lo ao maquinário religioso de hoje, que funciona a poder de relógio.
Mas, meu irmão, o avivamento não chegou ali apenas porque eles o queriam. É verdade que os céus se abriram, e uma poderosa visitação do poder de Deus abalou aquelas ilhas, mas isso se deu porque “homens comuns se dedicaram ao jejum e à oração”. Além disso, colocaram-se perante o trono de Deus, e esperaram em lágrimas, e lutaram. E a visitação veio porque Aquele que procurou uma jovem pura para ser a mãe de seu Filho amado, encontrou ali um povo de alma pura, com visão espiritual e grande fervor. Um povo que não orava com segundas intenções. Suas petições não tinham o objetivo de resgatar da vergonha uma denominação fracassada. O alvo deles era tão-somente a glória de Deus. Não tinham ciúmes de outros grupos denominacionais que estivessem crescendo mais que eles; ansiavam é pelo Senhor dos Exércitos, cuja glória estava jogada na lama, cuja casa estava com os muros “derribados, e suas portas queimadas a fogo”.
Não basta ser uma igreja fundamentalmente bíblica para que o Espírito Santo seja atraído para ela. Amados, existem milhares de igrejas assim na terra. Uma jovem e um jovem de dezessete anos podem se achar biologicamente preparados para gerar um filho, e podem até estar casados, mas isso por si só não justifica a geração da criança. É preciso ver se eles teriam segurança financeira para cuidar de todas as necessidades que surgissem. E será que se encontram suficientemente amadurecidos para criar o menino no caminho em que deve seguir? Se houvesse um avivamento em certas igrejas “bíblicas”, ele acabaria em uma semana, pois onde estariam as mães em Israel para cuidar dos bebês em Cristo? Quantos de nossos crentes sabem tirar uma pessoa das trevas e conduzi-las para a luz? (Na condição em que algumas igrejas estão, seria desastroso confiar-lhes novos-convertidos; seria o mesmo que colocar um recém-nascido dentro de um congelador.)
O nascimento de uma criança é precedido de meses de esforço, em que a mãe carrega seu peso, e pelo penoso trabalho de parto. O nascimento de um filho espiritual também é assim. Jesus orou por sua igreja, mas, depois, para que ela nascesse, ele teve de entregar a própria vida. Também Paulo orava “noite e dia, com máximo empenho” pela igreja. Mas não só isso; ele sofreu o trabalho de parto em relação a pecadores. E Sião só deu à luz filhos quando passou pelas dores do parto. E embora hoje muitos pregadores estejam por aí clamando: “Importa-vos nascer de novo”, quantos deles poderiam dizer o mesmo que Paulo: “Porque ainda que tivésseis milhares de preceptores em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; pois eu pelo evangelho vos gerei em Cristo Jesus”. Então ele os gerou na fé. Ele não diz apenas que orou por eles, mas dá a entender que sofreu a dor do parto por eles. Se o número de nascimentos físicos fosse igual ao de nascimentos espirituais, a raça humana estaria hoje quase extinta. Costumamos dizer que “para viver a vida cristã é preciso orar muito”. Mas a verdade é que, para orar de fato, é preciso viver a vida cristã. “Se permanecerdes... pedireis” (isto é, orareis). Estou ciente de que orar pela salvação de nossos entes queridos está incluído em “pedir”, claro. Mas orar não é só pedir. Certamente orar é nos colocar em posição de submissão ao Espírito Santo para que ele possa operar em nós, e por nosso intermédio. Lemos no primeiro capítulo de Gênesis que todos os seres vivos geravam outros segundo a sua espécie. E na regeneração também aquele que é nascido de novo deve gerar outros.
Nós, os evangelistas, acabamos ficando com méritos que não são nossos. Sei de uma senhora crente na Irlanda que está sempre orando por este pobre pregador. E muitos outros estão sempre me dizendo: “Tenho intercedido a Deus pelo irmão todos os dias”.
Foram eles que geraram muitos dos salvos que são creditados à minha pessoa. Na verdade, em muitos casos, eu apenas atuo como uma espécie de parteiro. No dia do juízo veremos crentes desconhecidos receberem um maravilhoso galardão. Às vezes penso que nós, os pregadores, que estamos sempre aparecendo perante o público, estaremos entre os que serão menos galardoados. Conheço, por exemplo, alguns que hoje pregam sermões que pregaram há vinte anos, e que não servem mais para gerar filhos espirituais. Esse tipo de pregador é dos que oravam, e não oram mais. Faz algum tempo um deles me confessou: “Não, irmão. Hoje não oro mais o quanto orava antigamente, mas sei que Deus compreende minha situação”.
É; ele compreende sim; mas não nos justifica, pois se não oramos é porque estamos por demais atarefados; mais do que ele quer que estejamos.
É verdade que a ciência conseguiu minorar em muito o sofrimento de um parto hoje, em relação ao que nossas mães enfrentaram. Mas ela nunca conseguirá reduzir a duração dos longos meses de espera, necessários para a criança ser formada. E assim também, nós, os pregadores, tentamos criar métodos mais fáceis para levar os perdidos à conversão e os crentes a uma experiência com o Espírito. Basta que o pecador levante a mão, no lugar onde está, e imediatamente está salvo. Dessa forma, eliminamos a contrição perante o altar de Deus. E depois, para que uma pessoa seja cheia do Espírito, dizemos: “Fique de pé no seu lugar, e o evangelista irá orar por você, e assim será cheio do Espírito”.
Ah, que vergonha! Meu irmão, para que ocorra o milagre, para que haja um verdadeiro avivamento e uma alma seja regenerada é preciso trabalho de parto.
Assim como na gravidez a criança em desenvolvimento causa perturbações no corpo da mãe, assim também o “corpo” do avivamento que cresce na igreja causa perturbações nela. A mulher que aguarda o nascimento de um filho se cansa mais à medida que o dia se aproxima (e muitas vezes passa noites em claro, e derrama lágrimas). Assim também, muitas vezes, os intercessores sentem o peso das iniqüidades da nação, e derramam a alma perante Deus em favor dela altas horas da noite. Há casos em que a mulher grávida perde a vontade de alimentar-se, ou é obrigada a abster-se de certos alimentos em benefício da vida que carrega no ventre. Assim também os crentes que se sentem envergonhados com a esterilidade da igreja fazem jejuns e são levados, por um grande amor aos perdidos, a permanecer em silenciosa intercessão perante o Senhor. Da mesma forma como as mulheres, até certo tempo atrás, procuravam evitar aparecer em público quando se aproximava a hora do parto, também aqueles que sofrem a dor de parto pelos perdidos procuram o recolhimento para buscar a face do Deus santo.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

MARCADO COMO PROPRIEDADE DE CRISTO


Num certo sentido, nenhum de nós conhece bem aqueles com quem convive. Nem mesmo nossos amigos muito chegados conhecemos bem; nem eles a nós. Para conhecermos bem uma pessoa precisaríamos saber todas as influências que recebeu da hereditariedade ou do meio-ambiente, bem como todas as decisões que já tomou, e que fizeram dela o que é no presente. Contudo, embora não possamos conhecer profundamente uns aos outros, uma tarefa das mais gratificantes seria procurar traçar os rumos da vida de um homem, principalmente se pudéssemos identificar as grandes forças propulsoras que o motivaram. Como seríamos abençoados se pudéssemos receber, por exemplo, o mesmo impulso de vida cristã que Paulo possuía, e compreender com maior clareza os significados ocultos de sua afirmação: “Eu trago no corpo as marcas de Jesus” (Gl 6.17).
Um fato está bem claro aí — trata-se do reconhecimento de que Cristo é seu dono. Ele pertencia ao Senhor Jesus Cristo, de corpo, alma e espírito. Ele fora marcado como propriedade de Cristo. Quando afirmou que trazia no corpo as cinco chagas do Senhor, não estava querendo dizer, como diria depois São Francisco de Assis, em 1222, que tinha “os estigmas”. Ele não se referia a uma imitação exterior, mas a uma identificação espiritual, que se obtém pela crucificação interior. Ele fora “crucificado com Cristo” (Gl 2.19).
E as marcas da crucificação interior de Paulo eram bem visíveis. Em primeiro lugar, ele tinha a marca da dedicação total a uma tarefa. Se for verdade o que diz a tradição, isto é, que Paulo tinha apenas 1,37 m de altura, então foi o maior anão que já existiu. Ele superou em ritmo de vida, em oração e em fervor espiritual a todos os seus contemporâneos. Seu lema era: “Uma coisa faço”. Mostrava-se completamente indiferente a tudo que os outros homens glorificavam.
Calvino também foi muito criticado porque ficava o dia inteiro sentado preparando sua obra Institutos, e não utilizou sua inspirada pena para dizer nada sobre as glórias dos Alpes. Também Pascal recebeu críticas amargas por ter afirmado que não via nenhuma paisagem que fosse mais merecedora de contemplação do que a alma imortal do homem. E assim também alguém poderia censurar o apóstolo Paulo por não haver dito nada sobre a arte grega ou a majestade do Panteon. É que ele só tinha olhos para o que é espiritual.
Após a disputa que teve no Areópago, expôs abertamente o seu desprezo pela sabedoria deste mundo, e dia a dia resistia à tentação de querer superar os sábios, ou de querer filosofar mais que eles. Sua missão não era defender um ponto de vista, mas derrotar as legiões do inferno.
Houve um momento, provavelmente durante sua estada na Arábia, em que a personalidade dele mudou totalmente. Depois disso, nunca poderia ser tachado de apóstata. Achava-se por demais empenhado em “prosseguir para o alvo”. É bem provável que, se hoje ele ouvisse aquele hino tão apreciado entre nós — “Senhor, sei que tenho forte tendência para me desviar de ti” — ficaria profundamente aborrecido. E o fato de não ser benquisto, nem bem acolhido, nem ter um patrão a sustentá-lo não o incomodava em nada. Seguia sempre em frente — cego para todas as honrarias da terra, surdo a todas as tentações para gozar o lazer, imune ao fascínio das glórias terrenas.
Outra marca que Paulo trazia em si era a da humildade. As traças nunca poderiam corroer esse “manto” que Deus lhe dera. Nunca utilizava a humildade para buscar o louvor dos homens. Ao contrário, colocava-se sempre no primeiro lugar na lista de pecadores (quando nós o teríamos posto em último).
Que paz de espírito a humildade nos proporciona, que gozo é saber que não temos nada a perder! Como Paulo não tinha uma alta opinião acerca de si mesmo, não temia sofrer uma queda. Ele poderia ter-se pavoneado com os belos mantos de um reitor de universidade hebraica. Mas brilhou muito mais usando as vestes de um espírito humilde e tranqüilo.
Paulo foi marcado também pelo sofrimento. Vejamos só as situações que ele cita em Romanos 8: fome, perigo, nudez ou espada (tipos de sofrimento que causam desconforto físico) e mais ainda tribulação (talvez da mente), angústia e perseguição (do espírito). Ele suportou todos eles.
Esse judeu missionário guerreou contra os filhos dos homens e contra tudo que fizesse guerra contra Deus. Esse príncipe dos pregadores nunca poupava seu inimigo, o príncipe do inferno, nem era poupado por ele. Travavam uma luta sem trégua.
Vamos olhar Paulo de perto, o seu rosto magro, seu corpo coberto de cicatrizes, a figura encurvada de um homem castigado pela fome, quebrantado pelos jejuns e pelas chicotadas; seu corpo mirrado, brutalmente apedrejado em Listra, passando fome em muitos outros lugares; e sua pele ressequida e rachada depois de trinta e seis horas exposto às intempéries no Mediterrâneo. E acrescentemos a essa lista perigos e mais perigos; multiplicando pela solidão; contemos as cento e noventa e cinco chibatadas, os três naufrágios, os três açoitamentos com varas, um apedrejamento, suas prisões, e as “mortes” que foram tantas que se perdeu a conta. Contudo, se pudéssemos somar tudo isso, teríamos que obter como resultado um zero, pois era assim que ele considerava essas coisas. Ouçamos o que ele diz: “Porque a nossa leve e momentânea tribulação...” Isso é que é menosprezar o sofrimento!
Ademais, Paulo tinha a marca do fervor. Para que uma pessoa invoque o testemunho do Espírito Santo a fim de atestar o que diz é preciso que esteja vivendo perfeitamente no centro da vontade de Deus e caminhando na corda bamba da obediência.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

EDIFICANDO UM IMPÉRIO PARA DEUS


Se naquele dia, na estrada de Damasco, Saulo tivesse encontrado um pregador e tivesse ouvido um sermão, ninguém nunca mais teria escutado falar dele. Mas ele se encontrou com Cristo. (Às vezes podemos nos esquivar dos pregadores e de ouvir sermões — e muitas vezes o conseguimos — mas não há como fugir de um encontro com Cristo). E naquele instante, sua filosofia de vida teve um confronto com a própria Vida. O zelote religioso exaltado encontrou-se com Aquele que batiza com fogo, e, em conseqüência disso, passou por uma transformação radical, e a. civilização tomou novos rumos. (Ó Senhor, aprouvera a ti fazer o mesmo de novo!) Embora até aquele dia ele fosse aos próprios olhos um impecável, rígido e legalista fariseu, pouco depois ele passou a se apresentar como o principal dos pecadores, aos olhos de Deus. E isso não nos espanta, pois ele foi para a igreja recém-nascida o que Herodes foi para o Cristo recém-nascido — transformando o negro inferno em um desespero de trevas ainda mais densas.
Aquele que já teve uma experiência com Deus nunca será dissuadido por argumentação humana, pois uma experiência com Deus que custa alguma coisa vale muito, e realiza uma obra em nós. O que Paulo vivenciou naquele dia não foi um experimento; foi uma experiência. Contudo, aquele seu encontro com o Senhor naquele dia deve ter sido além de transformador, bastante aterrador. Ele teve uma visão de Deus que o cegou, pois foi “mais resplandecente que o sol”. A partir daquele instante, Paulo se tornou cego para todas as honras terrenas. “Aqueles que honram a ti, Senhor, nunca me honrarão”, disse F. W. H. Meyer. O confronto de Saulo com Cristo primeiro estraçalhou seu sonho de glórias intelectuais e aniquilou seus prospectos para a vida terrena. Depois, já vencido, ele desce mais um degrau para entrar em outra batalha com Deus: o “desvestimento” a que se submeteu no deserto da Arábia (cujas experiências ele foi proibido de relatar).
E de alguma forma esse conquistador de almas para Cristo, com seu intelecto privilegiado e sua maravilhosa linhagem, recebeu seu Senhor não apenas como um substituto mas também como sua vida, numa identificação total com ele — “Morri (em Cristo)”. (E todos nós dizemos a mesma coisa com certa leviandade). Além disso, Paulo afirma em tom triunfante: “Cristo v-i-v-e em mim”. Vamos entender esse fato. Será que se nós déssemos esse mesmo testemunho, nossos amigos o confirmariam ou ririam de nós? Mas esse dedicado servo do Salvador ergueu-se de entre as cinzas do seu ego destruído, para ser o Sansão do Novo Testamento, arrancando os portões da História com os ferrolhos e tudo, e lavando os estábulos da corrupção asiática com o sangue de Cristo. Que homem abençoado!
Depois de obter a paz com Deus, Paulo declarou guerra a tudo que era contra Deus. Primeiro ele encantou os intelectuais de Atenas com seu doce e novo cântico do evangelho, mas terminou seu hino abruptamente, lançando mão da trombeta da ressurreição, o que espantou os atenienses, fazendo com que fugissem, assustados com a dureza dessa verdade.
Mas o que fazia esse homem rir das difíceis barreiras que enfrentava? Por que morria diariamente? Qual a razão de possuir força inigualável para enfrentar as adversidades que enfrentou? (2Co 11). Que explicação racional se poderia dar para o fato de haver suportado um fardo tão pesado? A resposta não está em nenhuma idéia que possamos ter, mas no bem redigido diário que deixou, onde expõe sua alma. Por mais espantoso que isso possa parecer, ele fez afirmações como “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Pensemos bem nisso. Ele não está afirmando que acredita no nascimento virginal de Jesus, nem diz que crê que ele ressuscitou, embora, naturalmente, cresse nesses fatos. O que ele diz é “Cristo vive em mim”. Antes, ele se encontrava nas profundezas da pecaminosidade (“Não sou eu, mas o pecado que habita em mim” Rm 7.17), mas saiu de lá e atingiu o ápice da espiritualidade: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Que grandiosa transformação de vida!
A vida de Paulo foi exemplar. Ele não era uma “placa de sinalização”; era um verdadeiro guia. Ouçamos o que ele diz: “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai” (Fp 4.9). Era realmente uma “carta viva”.
Mas a vida dele foi também excepcional. Será que alguém seria tão obtuso a ponto de afirmar que temos a mesma abnegação de Paulo? Parece que a melhor descrição para nós é “cada um se desviava pelo seu caminho” (I. B. B.). Ele foi excepcional pelo fato de haver escrito tantas cartas e fundado tantas igrejas. Mas vejamos outra vez a lista de adversidades que suportou, e que se encontra em 2 Coríntios 11. Será que ele está querendo mostrar-se mais sofredor que os outros mártires, ou apresentar suas qualificações para ser incluído entre os santos? Nada disso! Para ele, a posição, a linhagem e os privilégios são como refugo para ganhar a Cristo. E ele o ganhou, por sua obediência constante. Ele se mostrou excepcional em meio ao sofrimento — que lhe era imposto por outros; mas também foi excepcional na oração — que praticava por decisão pessoal. Se hoje houvesse mais crentes de oração, haveria também mais pessoas preparadas para o sofrimento. A oração desenvolve em nós o tônus espiritual, mas também nos acarreta mais sofrimentos; dá-nos resistência espiritual, e nos faz crescer em santidade; faz-nos fortes no espírito, e traz sobre nós o fogo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

PRECISA-SE: UM PROFETA PARA PREGAR AOS PREGADORES


Tentar fazer uma avaliação de João Batista pelos modernos padrões de espiritualidade seria o mesmo que tentar medir o sol com uma fita métrica. No Jordão, a multidão ansiosa indagou a respeito do recém-nascido:
— Que virá a ser, pois, este menino?
E a resposta foi:
— Ele será grande diante do Senhor.
Hoje em dia, a palavra “grande” se acha muito desgastada, pois confundimos proeminência com importância. Naquela época, Deus não estava à procura de sacerdotes, nem de pregadores, mas de homens. E havia muitos homens, como hoje, mas eram todos “pequenos” demais. Ele precisava de um grande homem para uma grande missão.
João Batista possuía pelo menos um atributo que o qualificava para o sacerdócio, mas tinha todos os requisitos necessários para tornar-se um profeta. Antes de sua vinda, o povo vivera quatrocentos anos de trevas, sem um raio da luz profética; quatrocentos anos de silêncio, em que não se ouvira o brado: “Assim diz o Senhor”; quatrocentos anos de uma constante deterioração espiritual. E assim Israel, a nação escolhida por Deus, estava imersa em holocaustos, cerimônias e circuncisões, fazendo expiação com rios de sangue de animais, e tendo por mediador uma classe sacerdotal rica e saciada.
Mas o que um exército de sacerdotes não conseguiu fazer em quatrocentos anos, foi feito em seis meses por um homem “enviado por Deus”, moldado por Deus, cheio de Deus e incendiado por Deus, João Batista.
Jesus disse: “Ide”, mas também ordenou: “Permanecei... até que”. Aquele que resolver passar uma semana fechado num aposento, a pão e água, sem nenhuma leitura a não ser a Bíblia, sem companhia alguma a não ser a do Espírito Santo, ou sofrerá um colapso nervoso ou terá tal experiência com Deus que sua vida e ministério serão revolucionados. Depois disso, como Paulo, ele será conhecido no inferno.
João Batista ficou na divina Escola do Silêncio, o deserto, até o dia em que se manifestou ao povo. E quem poderia estar mais bem preparado para aquela tarefa de despertar de seu sono carnal aquela nação entorpecida, do que aquele profeta queimado de sol, batizado com o fogo e moldado no deserto, e enviado por Deus? Nos olhos, ele trazia a luz de Deus, na voz a autoridade divina e na alma o mesmo ardor de Deus. Quem — pergunto eu — poderia ser maior do que João? É verdade que ele “não fez nenhum sinal”, isto é, não ressuscitou nenhum morto. Mas fez muito mais: ergueu uma nação morta.
E esse profeta vestido de couro, com um ministério de curta duração, era tão ardoroso e sua luz tinha tal brilho, que os que ouviam suas mensagens fervorosas, candentes, iam para casa e passavam noites insones até que sua alma se quebrantava em arrependimento. Entretanto, tinha uma doutrina diferente: sem holocaustos, sem cerimônias, sem circuncisão; tinha uma dieta estranha: sem vinhos, nem banquetes; tinha roupas estranhas: sem filactérios, nem vestes farisaicas.
É verdade, mas João era grande! As grandes águias voam sozinhas; os leões maiores caçam sozinhos; as almas grandiosas vivem sozinhas, a sós com Deus. É muito difícil suportar tal solidão; é impossível apreciá-la, a não ser acompanhado de Deus. Realmente João conseguiu ser grande. Ele foi grande em três aspectos: grande na sua fidelidade ao Pai (preparou-se durante tanto tempo para pregar por tão curto período); grande em sua submissão ao Espírito (andava ou parava de acordo com as orientações dele); grande nas afirmações que fez sobre o Filho (apontando Jesus como “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, apesar de não ter-se avistado com ele antes).
João era uma “Voz”. A maioria dos pregadores não passa de ecos, pois, se prestarmos bem atenção, saberemos dizer quais os livros que andaram lendo, e notaremos que citaram muito pouco do Livro. E hoje, só uma Voz, voz de um profeta enviado do céu para pregar aos pregadores, conseguiria despertar o coração dos homens. Só quem tem coração quebrantado é capaz de levar outros ao quebrantamento. Irmãos, nós temos equipamentos, mas não temos poder; temos ação, mas não unção; barulho, mas não avivamento. Somos dogmáticos, mas não dinâmicos!
Irmãos, temos só uma missão: salvar almas, e, no entanto, elas estão perecendo. Pensemos nisso! Existem milhões, centenas de milhões, talvez milhares de milhões de almas eternas que precisam de Cristo. E sem a vida eterna elas irão perecer. Ah, que vergonha para nós, que horror, que tragédia! “Cristo não desejava que ninguém se perdesse”. Irmãos pregadores, hoje há milhões e milhões de pessoas seguindo para o fogo do inferno, porque nós perdemos o fogo do Espírito!
Esta geração de pregadores é responsável pela atual geração de pecadores. Diante das portas de nossas igrejas passam todos os dias milhares de pessoas que não foram salvas porque ninguém lhes pregou, e ninguém lhes pregou porque ninguém as amou. Dou graças a Deus pelo grande trabalho que é realizado nos países estrangeiros. Contudo é muito estranho que aparentemente tenhamos maior preocupação por aqueles que se encontram do outro lado do mundo, do que com os que moram do outro lado da rua. Apesar de todas as nossas campanhas e nosso evangelismo de massas, o número dos que são salvos se limita a centenas, enquanto que, se cair uma bomba atômica por aqui, irão aos milhares para o inferno.

domingo, 23 de outubro de 2011

UMA IGREJA PRÓDIGA EM UM MUNDO PRÓDIGO

Quem fizer um exame geral da igreja hoje ficará a perguntar-se quanto tempo o nosso Deus santo ainda vai-se segurar para não vomitar essa Laodicéia de sua boca. Se há uma coisa em que todos os pregadores estão de acordo é que esta é a era da Igreja de Laodicéia.
E apesar de estar suspensa sobre nossa cabeça a espada de Dâmocles da rejeição divina, nós, os crentes, somos preguiçosos, amantes das comodidades, e sem amor. Pois embora nosso misericordioso Deus perdoe nossos pecados, purifique nossa iniqüidade e se compadeça de nossa ignorância, o fato é que nosso coração morno é uma abominação para ele. Temos de ser quentes ou frios, ardorosos ou congelados; ou estamos ardendo de fogo espiritual, ou somos refugo. Deus abomina a falta de amor e de calor.
Nos dias atuais, Cristo está sendo “ferido na casa de seus amigos”. O livro de Deus hoje “sofre” mais nas mãos de seus expositores do que nas de seus opositores.
Somos descuidados no emprego de textos das Escrituras, interpretamo-los de forma distorcida, e lenta demais para nos apropriarmos de suas incomensuráveis riquezas. Um pregador defende a inspiração da Bíblia com fala eloqüente e espírito fervoroso, usando todo o seu vigor e energia. Mas, instantes depois, esse mesmo pregador, com uma calma mortal, começará a racionalizar essa mesma Palavra inspirada, com declarações contundentes:
“Esse texto não tem aplicação em nossos dias”.
E assim a fé ardorosa de um crente novo se esfria com um jato de água gelada que vem da incredulidade do pregador.
Somente a igreja pode “agravar o Santo de Israel”, e em nossos dias ela demonstra uma habilidade incomum nisso. Se existem níveis de morte espiritual, então o nível mais baixo que conheço é pregar sobre o Espírito Santo sem ter a unção do Espírito. Quando oramos, cometemos a imperdoável arrogância de suplicar que o Espírito venha a nós com sua graça — mas não com seus dons.
Vivemos dias em que o Espírito tem sido reprimido ou relegado a segundo plano, até mesmo nos círculos fundamentalistas. Precisamos declarar que queremos ver cumprida a escritura de Joel 2. Pode ser que até clamemos:
“Derrama teu Espírito sobre toda carne, Senhor!”
Mas, ao mesmo tempo, colocamos aí uma cláusula não expressa:
“Mas não deixe que nossas filhas profetizem, nem que nossos jovens tenham visões”.

“Ó Deus, se em nossa cultivada incredulidade e nesse nosso crepúsculo teológico e impotência espiritual temos entristecido e continuamos a entristecer o Espírito Santo, então, por misericórdia, vomita-nos da tua boca. Se não puderes fazer nada por nosso intermédio nem em nós, então, ó Deus, faze-o sem nós! Passa de largo por nós e assume para ti um povo que hoje não te conhece. O salva, santifica-o e reveste-o com o poder do Espírito Santo para realizar um ministério na esfera do sobrenatural! Depois envia-o ao mundo “formosos como a lua, puros como o sol, formidáveis como um exército com bandeiras” para reavivar esta igreja enferma que está aí, e abalar este mundo que se acha atolado no pecado”.
Pensemos um instante no seguinte: Deus não tem mais nada para nos dar. Ele já deu seu Filho unigênito para salvação dos pecadores; colocou a Bíblia ao alcance de todos os homens; enviou o Espírito Santo para convencer o mundo do pecado e revestir a igreja de poder. Mas de que vale um talonário de cheques se todos eles estiverem em branco, sem assinatura? Da mesma forma, que valor tem um culto, mesmo que seja de uma igreja fundamentalista, se o Deus vivo não estiver presente a ele?
Temos que saber manejar corretamente a Palavra da verdade. O versículo “Eis que estou à porta e bato” (Ap 3.20), não é dirigido a pecadores por um Salvador que aguarda permissão para adentrar o coração. Não. A figura aí é da triste imagem do Senhor à porta da Igreja de Laodicéia, querendo entrar nela. Imagine só tal situação! O texto mais lido nas reuniões de oração é: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Mas na maioria dos casos ele não está no meio; está à porta. Cantamos louvores a ele, mas rejeitamos sua Pessoa.
Pegamos uma porção de comentários, e nos apoiamos nas notas de margem de nossa Bíblia, e assim como que nos imunizamos contra as ardentes verdades da imutável Palavra de Deus.
Não me espanto muito com a paciência que Deus tem com os pecadores, com homens de coração endurecido. Afinal, qualquer um tem paciência com uma pessoa cega e surda. E os pecadores nada mais são que cegos e surdos. Mas fico abismado com a paciência que ele tem com essa igreja egoísta, entorpecida, preguiçosa de hoje. O grande problema de Deus é que o mundo pródigo convive com uma igreja pródiga.
Ah, que crentes cegos, falidos e arrogantes somos! Estamos nus e não nos damos conta disso. Somos ricos (nunca a igreja teve tanto equipamento), mas na verdade somos pobres (nunca o nível de poder esteve tão baixo). Não nos falta nada (e, no entanto, falta-nos quase tudo que a igreja apostólica possuía). Será que ele está em nosso meio quando nos divertimos sem qualquer constrangimento, em nossa nudez espiritual?
Ah, como precisamos do fogo! Onde está o poder do Espírito Santo para derrubar os pecadores e encher nossos altares de convertidos? Hoje as igrejas estão mais interessadas em instalar seus aparelhos de ar condicionado, do que se condicionar para orar. “Porque o nosso Deus é fogo consumidor”. Deus e fogo são imagens inseparáveis; assim também são o homem e o fogo. Cada um de nós está trilhando um caminho de fogo: fogo do inferno para o pecador e fogo do juízo para o crente. E infelizmente milhões de pecadores irão experimentar o fogo do inferno porque a igreja perdeu o contato com o fogo do Espírito Santo.
Moisés recebeu seu chamado por meio do fogo. Elias invocou fogo do céu. Eliseu acendeu um fogo. Miquéias profetizou sobre a purificação pelo fogo. João batista afirmou: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. E Jesus disse: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra”. Se nós tivéssemos com batismo de fogo a mesma preocupação que temos com o das águas, conheceríamos uma Igreja em chamas e experimentaríamos outro Pentecostes. A velha natureza pode querer escapar ao batismo nas águas, mas certamente o batismo de fogo a destruirá, pois ele “queimará a palha em fogo inextinguível”.

sábado, 22 de outubro de 2011

POR QUE AS PESSOAS NÃO DESPERTAM?


A sociedade está sendo inundada por uma avassaladora maré de transgressão à lei de Deus, de desobediência ao Senhor, de uma iniqüidade que destrói a alma humana. Hoje, as massas humanas estão vendendo a alma ao diabo a preços vis, e de uma forma até então nunca vista. “Já ninguém há... que se desperte, e te detenha” (Is 64.7). Que “quebranto” infernal é esse que os aprisiona? Por que tal fascínio os prende? Quem lhes aplicou essa lavagem cerebral? Por que não despertam e reagem?
Parece que o mundo, sob a direção do diabo, deu uma nova injeção de força à carne. Um dos sinais dos últimos dias é que os homens seriam mais “amigos dos prazeres que amigos de Deus”. (Observemos que prazeres está no plural.) E onde é que se prepara essa iguaria do inferno? Nas destilarias do mundo. O argumento de que em alguns casos os governos das nações subsidiam essas indústrias para que mantenham alta a oferta de empregos é muito fraco. As destilarias são perfeitas “creches” onde se nutrem assassinos que andam por aí portando armas, ou em seus automóveis, dirigindo embriagados. Nos tribunais julga-se o fruto da bebida; o avivamento aniquilaria essa planta mortal pela raiz.
O louco carrossel da sensualidade acha-se carregado de milhões e milhões de jovens que aguardam sua iniciação na prática da iniqüidade. Quando o erro é apresentado como algo tão agradável, a juventude pecaminosa e libertina não se interessa em praticar o bem. Por uma hora dessa vida “maravilhosa”, dizem eles, vale muito a pena arriscar essa especulação que os teólogos chamam de “eternidade”.
Pensemos por um instante. Pode haver burrice maior ou prática mais animalesca do que um concurso de cerveja? O vencedor é aquele que ainda permanece de pé depois que todos os outros, grunhindo como porcos, já caíram no chão, inconscientes pela bebida. É uma competição praticada não apenas pelo homem das cavernas, mas também pelos novos intelectuais, que se acham fisicamente saciados, de alma manchada e irremediavelmente entregues à iniqüidade.
Se a igreja tivesse algo de mais vivo, positivo para apresentar a essas pessoas que de dia estão nos clubes recreativos e de noite nas boates, talvez elas pudessem ser afastadas desses locais de carnalidade.
O de que precisamos nesta hora é corações fervorosos, olhos que choram e lábios dispostos a propagar o evangelho. Se tivéssemos um décimo da espiritualidade que julgamos ter, aos domingos as ruas de nossas cidades ficariam cheias de filas de crentes marchando para Sião, com “pano de saco e cinzas”, lamentando a calamidade que fez com que a igreja se tornasse essa coisa sem beleza, sem ardor e improdutiva que hoje é. Se chorássemos em nosso aposento de oração como choram os judeus no Muro das Lamentações em Jerusalém, estaríamos vivendo um constante avivamento, uma constante renovação de vida. Se retomássemos a prática dos apóstolos — de esperar no Senhor a vinda do poder apostólico — teríamos condições de sair a pregar o evangelho com as mesmas possibilidades apostólicas. Mas nestes dias a maior preocupação nossa é: “Estão todos satisfeitos?” O propósito de Deus para nós não é que experimentemos felicidade, mas santidade. O fato, porém, é que a sensatez deu lugar à insensatez, embora Paulo, escrevendo a Tito, tenha recomendado tanto a jovens como a velhos: “Sejam sensatos”.
Não há dúvida de que hoje precisamos novamente nos pôr de joelhos e escalar a colina do Calvário assim, em oração, e contemplar a cruz com atitude de humildade e adoração. Primeiro a igreja terá que se arrepender, depois o mundo se quebrantará. Primeiro, a igreja terá que chorar; depois, os altares ficarão cheios de pecadores arrependidos.
Quando o psicólogo William James, professor da faculdade de medicina da Universidade de Harvard, encontrava-se no auge de sua atuação, foi acometido de uma misteriosa enfermidade. Estava com os nervos abalados. Sofria de insônia e passava por profunda depressão. Mas não sabia o que fazer para se curar. Foi para a Europa. Será que encontraria a cura em Berlim? Mas ali ele não encontrou nenhuma esperança. E que tal Viena? A mesma coisa. Será que em Paris não acharia a solução de seu mal? Mas ali também não se encontrava o remédio para ele.
Seu desespero foi aumentando. Foi a Londres, e depois à Escócia, mas em nenhum lugar havia cura. Voltou para os Estados Unidos, com a idéia de suicídio a passar-lhe pela mente. Afinal, alguém lhe recomendou um homem que orava por enfermos. A cura divina era um anátema para William James, famoso filósofo e psicólogo. Sua mente privilegiada e todo o seu conhecimento intelectual protestavam contra tal recurso. Mas não havia outra saída. Foi. Então aquele crente simples, iletrado, impôs as mãos sobre a cabeça do filósofo e orou. Mais tarde, James relatou o seguinte:
“Senti uma energia misteriosa perpassar meu corpo, e logo depois me sobreveio enorme sensação de paz. Compreendi que fora curado”.
Mas parece que, quando se trata de curar a enfermidade maligna deste mundo louco, o Abana da ciência e o Farfar da política são bem mais interessantes para nós, com nossa vontade obstinada e nosso intelecto desvirtuado, do que a cruz de Cristo. O fato porém é que, se quisermos ver a restauração da humanidade, teremos que ser humildes como foi William James, e voltar à cruz de Jesus e ao seu poderoso sangue.