Mais uma parte escrita do dvd "10 acusações contra a igreja moderna" do Paul Washer. Lembrando que o dvd completo você assiste no blog oficial do voltemos ao evangelho.
Meu prezado amigo — e quero falar aqui sem rodeios —, sei que há calvinistas aqui e sei que há arminianos aqui, e sei que há todo tipo de animal estranho entre um extremo e outro, mas quero que você saiba de uma coisa. Embora eu penda mais para... bem, acho que posso me considerar um “spurgeonista” de cinco pontos... quero que saiba disto. A questão central não é o calvinismo. Não... Vou ter muitos problemas quando esta mensagem estiver na Internet.
A questão central não é o calvinismo. Vou dizer para você qual é a questão central: regeneração. E é por isso que posso ter comunhão com Wesley, e com Ravenhill, e com Tozer, e com todos os demais, porque, independentemente de como eles se posicionavam nas demais questões, eles criam que a salvação não pode ser manipulada pelo pregador, e que é uma obra extraordinária do poder do Deus todo-poderoso. E junto com eles, portanto, eu me posiciono, na certeza de que foi uma obra de Deus.
Muito maior é a manifestação do poder de Deus na obra regeneradora do Espírito Santo do que na criação do mundo, do universo, porque ele criou o mundo “ex nihilo”, do nada. Mas ele cria o ho-mem a partir de uma massa corrompida.
E a regeneração encontra correspondência na própria ressurreição de nosso Salvador. Se você prega... entendo que, quanto à pregação, haja mestres, e pregadores, e expositores, e isso e aquilo, e todos são muito necessários para a saúde da igreja. Mas você precisa entender uma coisa. Quando o velho G. Campbell Morgan – há relatos disso – quando ele ia subir na torre majestosa para pregar, cita-va para si mesmo: “como ovelha para o matadouro, e como cordeiro mudo diante do tosquiador” (A-tos 8: 32). Ele sabia que, sem uma manifestação magnífica da obra regeneradora do Espírito Santo, na-da do que ele dissesse teria vida. É o Espírito que dá vida e, nesse sentido, todos nós que proclamamos sua Palavra devemos proclamá-la como profetas.
O que eu quero dizer com isso? Somos sempre, sempre um Ezequiel diante daquele vale de ossos secos. E como eles estão secos! E então saímos para ver tudo aquilo e o que é que fazemos? Profetiza-mos! Dizemos “Ouçam a Palavra do Senhor”. E sabemos que o sopro de Deus deve soprar nesses mortos, caso contrário não ressurgirão. Aí, quando você tiver plenamente captado isso no mais íntimo de seu ser, não vai mais se entregar à manipulação que tantas vezes é feita em nome do evangelismo neste país. Você proclamará a Palavra de Deus. Proclamará.
Doutrina da regeneração. Observe os irmãos Wesley. Observe por um instante o que tiveram de enfrentar, e meu querido Whitefield. E o que foi que enfrentaram? Todas naquela época se consideravam cristãos, completamente cristãos. Por quê? Bem, todos tinham sido batizados na infância, e assim ingressaram na aliança. Foram confirmados. Viveram como diabos. A regeneração foi assim trocada por um tipo de atitude meramente confessional, nominalista, que ganhou foros autoridade por parte das mãos de líderes religiosos da época.
E é aí que chegam os irmãos Wesley. “Não! Não está tudo certo com a alma de vocês! Vocês não nasceram de novo! Não há nenhuma prova de vida espiritual! Examinem-se. Provem a si mesmos para ver se estão na fé. Certifiquem-se de seu chamado e de sua eleição. Você precisa nascer de novo”.
Aqui nos Estados Unidos, por causa dos últimos anos e das últimas décadas de evangelismo, per-deu-se totalmente a percepção do que significa ser nascido de novo. Tudo o que significa é que uma vez, numa cruzada, você tomou uma decisão e acha que o fez com sinceridade. Mas não há nenhuma prova de uma obra sobrenatural de recriação do Espírito Santo em sua vida. Se alguém – não se alguns – “se alguém está em Cristo, nova criatura é”.
E agora, o mesmo acontece hoje. O que está diante de nós hoje? Eu vou te dizer o que enfren-tamos hoje. Não é, na maioria das vezes, necessariamente, a questão do batismo infantil. Não é uma confirmação por uma autoridade eclesiástica da Igreja Alta. O que está diante de nós é a “oração do pecador” para aceitar Jesus. E estou aqui para te dizer: se há uma coisa contra a qual eu decidi declarar guerra, é contra essa oração.
Você dirá: “Mas irmão Paulo…”.
Você dirá: “Mas irmão Paulo…”.
Sim, da mesma forma, em minha opinião, que o batismo infantil foi o bezerro de ouro da Reforma, hoje, para os batistas, e para os evangélicos conservadores , e para todos os que os seguem, vou dizer a você que a “oração do pecador” enviou mais gente para o inferno do que qualquer outra coisa na face da terra.
Aí você pergunta: “Como você pode dizer uma coisa dessas?”.
Abra a Bíblia aqui para mim e me mostre, por favor. Eu adoraria que você pudesse se levantar e mostrasse onde alguém evangelizou dessa forma. As Escrituras não afirmam que Jesus Cristo veio até a nação de Israel e disse “O tempo se cumpriu, e o Reino de Deus está próximo, agora quem gostaria de me convidar para entrar em seu coração? Estou vendo uma mão ali.”
Não é isso que a Bíblia diz. Jesus disse: “Arrependam-se e creiam no evangelho”.
Ora, os homens hoje estão confiando no fato de que, pelo menos, uma única vez na vida, fizeram a “oração do pecador”, e então lhe disseram que estavam salvos porque foram suficientemente since-ros. E assim, na experiência de salvação deles, se você perguntar “Você é salvo?”, eles não dizem “Sim, porque estou confiando em Jesus e porque há provas irrefutáveis que me dão segurança de ter sido nascido de novo.”
Não. Eles dizem: “Sim, uma vez em minha vida fiz uma oração”.
E vivem como diabos. Mas fizeram uma oração. E alguns deles… fiquei sabendo de um evangelis-ta que estava insistindo com um homem para que fizesse a tal oração. Por fim, o homem ficou tão sem graça que o evangelista disse “Bem, sabe de uma coisa?
Vou orar a Deus por você e, se é o que você deseja dizer a Deus, aperte minha mão”. Contemple o poder de Deus.
Decisionismo, a idolatria do decisionismo. Os homens acham que vão para o céu pelo fato deles terem julgado a sinceridade de suas próprias decisões.
Quando Paulo veio à igreja de Corinto, não lhes disse “Olhem, vocês não estão vivendo como cristãos, então vamos voltar àquele momento da vida de vocês em que fizeram aquela oração. Vamos ver se vocês foram sinceros”.
Não, ele disse: “Examinem-se para saber se estão na fé”.
Porque quero que saiba, meu amigo, que a salvação é somente pela fé. É obra de Deus. É graça sobre graça, sobre graça. Mas a prova da conversão não é apenas o seu exame de sua sinceridade no momento de sua conversão. É um fruto contínuo em sua vida. É o fruto contínuo em sua vida.
Ah, meu querido amigo, veja em que situação nos metemos. Uma árvore não é conhecida por seus frutos? O que lhe parece: 60%, 70% dos americanos pensam que são convertidos, nascidos de novo. Nós matamos quantos milhares de bebês por dia? Somos odiados em todo o mundo por nossa imo-ralidade. No entanto, somos cristãos.
E sem rodeios eu deposito isso, a culpa, aos pés do pregador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Escreva o que achou deste artigo