sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A PORTA ESTREITA


A porta estreita

Jesus caminha para Jerusalém, para a rejeição total de sua pessoa por parte de muitos de seu povo. Ia ensinando por cidades e povoados. Eram poucos que acolhiam a forma de vida proposta por sua mensagem. Não surgiam as vocações que Ele esperava, nem a reação popular, social, que o anúncio do Evangelho implicava. Parecia que as pessoas estavam satisfeitas com sua vida, com seus assuntos, com sua moral. De mudança de mentalidade, nada!

A imagem da porta estreita e da porta que se fecha e já não se abre é eloqüente. Para entrar na comunidade do Reino de Deus, é necessário mudar de mentalidade (metánoia).

A porta estreita tem que ver com:

·         uma mudança de visão: o valioso na realidade que nos toca a viver não é o poder, o dinheiro, o sexo e a saúde para o desfrute e o prazer, senão um desejo de antecipar quanto antes uma sociedade diferente, na qual todos, absolutamente todos, sejamos acolhidos, atendidos, valorizados.
·         uma mudança de vida: a vida não se contempla desde a busca ansiosa de poder, de dinheiro e posses, de mero desfrute e prazer; Jesus pede disponibilidade para ocupar os últimos postos, para viver em pobreza e em compartilhar bens, para amar com fidelidade sem fazer do outro um mero objeto que se valoriza ou despreza segundo sua capacidade de satisfazer o prazer;

Mas não tem nada que ver com:
·         a imposição de fardos pesados e cargas intoleráveis: eram as que impunham os mestres de Israel; Jesus apresentava-se então como o mestre humilde de coração, cujo jugo é tolerável e sua carga leve;
·         a imposição de preceitos minuciosos leva ao esquecimento dos mandamentos da Aliança, como a atenção aos próprios pais para dar dinheiro ao templo.

Na vida há tempo favorável para entrar por “essa porta" que leva ao Reino. Devemos aproveitá-lo. Não são momentos de humilhação, mais tempo no qual se pode entrar facilmente pela porta. Não devemos deixar passar o tempo do chamamento, da vocação. Perder essa oportunidade supõe perder muito, demasiado na vida. Se chegou o momento de estabelecer a Aliança com Deus, não é uma perda, deixar para amanhã, se dispomos do presente, não sabemos se disporemos do manhã?

Jesus dá tanta importância às decisões nos momentos oportunos, que lhe faz dizer ao amo da parábola, palavras tremendas: Não vos conheço!

Entre nós cristãos há muitos que deixam passar o momento oportuno da Graça, do Convite interior do Espírito. Talvez seja na celebração da primeira Comunhão dos filhos, talvez num funeral, talvez, visitando um templo ou ficando maravilhado ante o templo da natureza, talvez, se encontrando com um evangelizador/a que convence.... O coração sente-se interpelado, inflamado. Os desejos surgem espontâneos. Porém, pouco a pouco se mata o fogo, se o submete à falta de alimentação, e chega o esquecimento, a preguiça e depois tudo fica como antes! A porta fechou-se!

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